Há muitos e muitos anos, um solitário pescador, muito adoentado, não tinha mais forças para trabalhar e assim adquirir as provisões necessárias a sua sobrevivencia.
João o dono do armazém, seu melhor amigo preocupava - se com Antonio e por isto cuidava para que nada lhe faltasse mesmo sabendo que o amigo não poderia paga - lo.
Com muito pesar e com a doença em estado avançado, o velho pescador percebeu que já era hora de utilizar a herança que seu finado pai o havia deixado: "UMA CAIXA MÁGICA."
Foi ao armazém e contou a João que o único objeto de valor que possuia era uma caixa mágica que realizava desejos, mas que não poderia ser curado por ela, pois somente coisas materiais dela sairiam.
- João por favor aceite este presente como simbolo de minha gratidão, para usar a caixa você deverá bater nela uma vez e dizer "EU DESEJO......" e dizer em alto e bom som aquilo que desejar.
- Não Antonio eu não quero nada, tudo que te fiz foi por amizade, a sua gratidão já é o suficiente.
_ Eu insisto! Sinto que Deus me chama e logo estarei no céu. Quero que este presente que ganhei de meu pai esteja bem guardado. Aceite como ultimo pedido de um amigo moribundo.
João então, aceitou o presente do amigo e o guardou com suas coisas mais preciosas.
Dois dias depois o velho pescador morreu.
Alguns anos se passaram, e uma forte seca se abateu sobre a pequena vila e sobre toda a região, nada se colhia, os moradores procuravam desesperadamente por arroz que a meses não chegava.
João lembrou - se então da velha caixa e em ato de desesperou resolveu testar para ver se realmente funcionava embora não acreditasse.
Tomou a caixa em suas mãos bateu uma vez e disse:
- EU DESEJO ARROZ.
Nada aconteceu, João então pensou: Como pude acreditar em magia? É claro que não viria arroz de Céu. Onde eu estava com a cabeça?
Devido horário avançado João colocou a caixa em uma prateleira no armazém e recolheceu - se para junto da família.
Eram quase cinco horas da manhã quando a família acordou assustada com um barulho estridente e um abalo que parecia um terremoto.
Desesperados todos se levantaram, e assustados perceberam que a casa estava sendo invadida por grãos de arroz que vinham como enchurrada do armazém.
Com imensa dificuldade e em meio aos grãos de arroz João conseguiu alcançar a caixa, imediatamente deu três batidas e o arroz parou de brotar de dentro dela.
João ficou transtornado, e para proteger a família saiu com a caixa nas mão em disparada para o mar onde iria joga - la.
Chegando na beira mar encontrou com alguns marinheiros, e decidiu que daria a eles a amaldiçoada caixa:
-Marinheiro! Vê esta caixa? Ela é mágica, leve consigo e jogue a em alto mar ela é muito perigosa.
-Como assim perigosa?
- Se você bater nela uma vez e falar "EU DESEJO" e disser qualquer coisa que deseja, a coisa começa a sair de dentro dela sem parar, assim como uma praga.
- O marinheiro riu do velho senhor mais para acalma - lo aceitou levar a caixa, com a promessa de que jogaria em alto mar.
Naquela mesma noite, quando foi preparar o jantar, o marinheiro percebeu que haviam esquecido de embarcar a saca de sal.
Por brincadeira resolveu testar a caixa, bateu uma vez e disse:
-"EU DESEJO SAL"
No momento nada aconteceu, mas alguns minutos depois percebeu que a caixa estava cheia de sal, retirou o sal dali e o colocou em um pote próprio, então continuou a preparar o jantar satisfeito por não obrigar os companheiros a comerem comida sem sal.
O jantar fora servido às vinte e uma horas, as mesas da copa estavam cheias de marujos qundo um deles percebeu e assustado falou:
- Meu Deus o que é aquilo ? Parece que um pó branco está caíndo do armário!
O marinheiro que havia ganhado a caixa percebeu que o sal não parara de brotar da caixa.
Contou aos presentes o acontecido, e ninguém dali ousou duvidar, afinal todos estavam presenciando aquele sal aumentado sem parar.
Tenteram bater na caixa e pedir para o sal cessar, tentaram colocar peso sobre a tampa da caixa, fizeram várias tentivas mais o sal continuava brotando. Sem saber como agir resolveram então, jogar a caixa ao mar.
Dizem que a caixa está até hoje lá, salgando o nosso imenso mar, e se alguém lhe perguntar:
-POR QUE O MAR È SALGADO?
Você já sabe a resposta:
-A culpa é de um velho dono de armazém, que não ensinou aos marinheiros como fazer a caixa parar.