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Um Lobisomem chamado Maurição.
Escrevo hoje esta estória em memória de Mauricio ,que completaria nesta presente data 62 anos de idade, não fosse a tragédia que se abateu sobre sua família, e a imensa falta de sorte de ter nascido "O SÉTIMO FILHO HOMEM" da família Santana.
Aos leitores registro que esta estória, ou para aqueles que crêem história, é baseada em fatos narrados a mim por um membro da família.
Mauricio nasceu aos 26 de abril de 1949, fruto de uma gravidez não programada, mas ainda assim, comemorada.
Apesar das enormes dificuldades todos os sete filhos foram criados com muito amor no interior da Bahia, Itabuna.
No ano de 1967 os moradores do local passaram a relatar ataques cometidos por uma enorme criatura, que deixava marcas de unhadas em portas e janelas das casas dos sítios e chácaras mais distantes.
As mulheres da redondeza passaram a reunir - se frequentemente em oração para que Deus afastasse aquele imenso lobo e conferisse proteção as famílias, já os homens, reuniam - se para caçar a fera.
A família Santana como todos dali estava muito assustada com os ataques e tratou de reforçar as portas e janelas.
No mês de julho do mesmo ano, Daniela, uma jovem sertaneja foi encontrada morta com enormes unhadas após fugir de casa na noite em que fora proibida pelo pai de namorar Moisés.
Com o passar do tempo mulheres e crianças foram encontradas mortas com as mesmas caracteristicas da jovem sertaneja.
Os moradores passaram a suspeitar que aquele animal não poderia ser outra coisa que não um LOBISOMEM, devidas circunstâncias.
Os ataques aconteciam sempre nas noites de lua cheia, medonhos uivos eram ouvidos pelos sertanejos. Aqueles que possuiam cachorros bravos relatavam que dadas noites seus ferozes cães choravam e gemiam como crianças amedrontadas quando os uivos se aproximavam ou quando a fera era vista e ouvida nos arredores.
Segunda -feira, 8 de novembro de 1971, noite de lua cheia, já passava da meia noite.
A viúva Maria estava com seus filhos e com seu bebê que encontrava - se muito febril. Ao perceber que o bebê convulsionava deixou o medo de lado, pediu aos filhos que trancassem bem a porta, e saiu com a criança para pedir ajuda ao vizinho mais próximo, que morava a cerca de um quilometro de distância.
Andando apressadamente pela estreita estrada de terra, Maria passou a ouvir ruidos vindos do matagal, apressou ainda mais os passos. Ao longe avistou o sítio da família Santos, mas o medo e a impressão de que algo estava errado cresceram. O barulho de galhos sendo quebrados foi aproximando - se, e a sensação de que o lobisomen visto pelos vizinhos a espreitava cresceu, tornando -se algo desesperador.
Ao ouvir um uivo perto, mal teve tempo de correr quando foi atacada pela enorme fera, que raivosamente tentava abocanhar seu bebê. Desesperadamente lutou com a fera que conseguiu arrancar com os dentes pedaços do xale que cobria o pagão José.
Os homens da família Santos, que há muito caçavam a fera, ouviram os gritos, e saíram armados com espingardas e revólveres em socorro de Maria e seu bebê.
Seguiram a fera Floresta a dentro, atiraram várias vezes, mas não conseguiram para - la, quando não mais a avistaram retornaram para o sítio.
Felizmente o pequeno José foi salvo.
Na manhã seguinte, a família Santana procurava desesperadamente por Mauricio que havia desaparecido misteriosamente de casa.
Não muito longe dali, Mauricio foi encontrado pelo irmão mais velho em uma clareira na mata, morto por vários tiros, e o mais impressionante:
Pedaços do xale que cobria o pequeno e pagão José, estavam entre seus dentes.
A noticia de que Mauricio era a fera espalhou - se rapidamente, todos queriam ver o corpo do lobisomem morto.
Depois da morte de Mauricio todos esperaram anciosamente pela próxima noite de lua cheia, que veio, mas sem uivos, ou ataques.
FIM.